Roubando estrelas assim sigo com as pernas de garça estirada em minha cama. Roubando estrelas para que um dia eu tome o lugar delas e vague sem direção. Roubando estrelas escondo-as no bolso só para quando que cutucares, envolto na palma de minha mão, retiro e entrego o brilho do estilhaço do meu coração.
Seria pura ignorância minha se eu visse tal Beleza exuberante
e não sentisse o silêncio e a angústia conflitando em meu ser.
Se eu não fosse atingida pela atmosfera que pairava sobre as
imensas obras de Guerra e Paz, de um
olhar agonizante e preces a alguém que lhe tirassem dos desgraças mundanas à
mulheres que celebram a serenidade envoltas pela esperança de um mundo melhor e
o balançar das fantasias e inocências de crianças não fatigadas de uma passado
evidente e de um presente esquecido !
Não sofrem apenas os soldados que vão para batalha, estes
são instrumentos, muitas vezes, de interesses que não são os seus, mas que são
convencidos a defendê-los até a morte, mas sim toda a nação, as famílias, as
mães que choram e suplicam pelo fim de sucessivas tragédias, e as crianças que
de bocas berrantes clamando por justiça –
a Paz.
Desejo um mundo sem fronteiras para a disseminação dos
valores morais, da Paz. Desejo cantos inéditos que brandam pela tranquila e
simplicidade da vida do jeito como ela é. Quero mais sorrisos de crianças quero
menos malícias, quero felicidades e menos egoísmos, mais honestidade e
sinceridade do que lutas que não levam a um vencedor porque todos perdem no
final. Afinal, utópico e exigente seria querer pedir tudo isso? Não sei, talvez
sim, mas eu acredito na força do querer e se cada um mudar a si mesmo será
reação em cadeia e as coisas finalmente poderem acomodar-se em seus devidos
lugares.
A mão
Entre o cafezal e o sonho
o garoto pinta uma estrela dourada
na parede da capela,
e nada mais resiste à mão pintora.
A mão cresce e pinta
o que não é para ser pintado mas sofrido.
A mão está sempre compondo
módul-murmurando
o que escapou à fadiga da Criação
e revê ensaios de formas
e corrige o oblíquo pelo aéreo
e semeia margaridinhas de bem-querer no baú dos
vencidos
A mão cresce mais e faz
do mundo-como-se-repete o mundo que
telequeremos.
A mão sabe a cor da cor
e com ela veste o nu e o invisível.
Tudo tem explicação porque tudo tem (nova) cor.
Tudo existe porque foi pintado à feição de laranja
mágica
não para aplacar a sede dos companheiros,
principalmente para aguçá-la
até o limite do sentimento da terra domícilio do
homem.
Entre o sonho e o cafezal
entre guerra e paz
entre mártires, ofendidos,
músicos, jangadas, pandorgas,
entre os roceiros mecanizados de Israel,
a memória de Giotto e o aroma primeiro do Brasil
entre o amor e o ofício
eis que a mão decide:
Todos os meninos, ainda os mais desgraçados,
sejam vertiginosamente felizes
como feliz é o retrato
múltiplo verde-róseo em duas gerações
da criança que balança como flor no cosmo
e torna humilde, serviçal e doméstica a mão
excedente
Eu acho que já estava mais na hora de dizer adeus a uma pessoa que me fez perder o ano, me fez perder a esperança, me impediu de continuar, empacou na minha vida e de lá não quis mais sair.
Oficialmente eu te enterro com as musicas que me lembram de você, e eu realmente espero que não seja mais um peso na minha vida.
Fui tola ao acreditar que você ficaria para sempre, eternizado em forma de amor platônico, mas só por hoje não vou deixar você me machucar. Agradeço por tudo que você fez, pelas risadas, pelas ideias distraídas, pelo sorriso, pelo jeito que me fez acreditar que um sonho era possível.
Mas agora tudo isso é insustentável, cansei de correr atrás de você, te esquecer por alguns meses e depois começar a acreditar que você era o cara perfeito para mim.
Pela pessoas que gostam de mim, pela minha auto-estima, pela minha vida, por todas as pessoas que acompanharam este drama, hoje eu digo ADEUS a aquele que me frustou durante um ano inteiro, e hoje eu me liberto dessa tormenta...
Um dia eu realmente gostei muito de você, só que um dia você passou a ser um peso na minha vida, te desejo boa sorte daqui pra frente e que não olhe para trás...
" O tango é a dança da carne, do desejo dos corpos entrelaçados. É um diálogo novo, a sedução feita movimentos, o ir e vir, encontro de dois mundos, é um baile exibicionista, esteticamente belo, e ronda sem temores o universo lúdico. O casal de baile roça seus sapatos ente sensuais carícias enquanto o atônito espectador ocasional, eterno Voyer, se fascina e deslumbra com o ardor do tácito romance entre dois dançarinos"
Haja vista que ontem, meio perdida, acabei assistindo uma grande parte de um maravilhoso e sensual filme: Tango de Carlos Saura, e a enorme vontade despertadacoloco aqui um pouco mais sobre essa dança envolvente de sentimentos.
Um pouco sobre a história:
Originariamente, o tango nasce no final do século XIX de uma mistura de vários ritmos provenientes dos subúrbios de Buenos Aires. Esteve associado desde o princípio com bordéis e cabarés, âmbito de contenção da população imigrante massivamente masculina. Devido a que só as prostitutas aceitariam esse baile, em seus começos era comum que o tango fosse dançado por um casal de homens.
Mas o tango como dança não se limitou às zonas baixas ou a seus ambientes próximos. Estendeu-se também aos bairros proletários e passou a ser aceito "nas melhores famílias", principalmente depois que a dança teve sucesso na Europa.
A melodia provinha de flauta, violino e violão, sendo que a flauta foi posteriormente substituída pelo "bandoneón" (espécie de sanfona). Os imigrantes acrescentaram ainda todo o seu ar nostálgico e melancólico e desse modo o tango foi se desenvolvendo e adquirindo um sabor único.
Carlos Gardel foi o inventor do tango-canção. Falecido em 1935 aos 45 anos de um acidente aéreo, ele foi o grande divulgador do tango no exterior. Nos anos 60, porém, o gênero foi ignorado fora da Argentina. Ressurgiu renovado por Astor Piazzolla, quem lhe deu uma nova perspectiva, rompendo com os esquemas do tango clássico.
Hoje em dia o tango vive, não como o fenômeno de massas que o engendrou, mas sem nenhuma dúvida como elemento identificatório da alma portenha e em permanentes evocações espalhadas por todo Buenos Aires.
Ontem, no SESC Bom Retiro, próximo a Luz, São Paulo, assisti um grandessíssimo filme de Carlos Sauro, que por mais leiga que eu possa ser no mundo da música, despertou-me o sentido próprio da dança, o ensejo a fervorecer a minha alma.
No saural da semana cultural da Etesp, também teve um trio do primeiro ano que a partir da música do filme Moulin Rouge - El Tango de Roxann, fizeram uma linda apresentação, que arrancou aplausos, suspiros e admiração.
Tango é uma dança que envolvente, ritmada e que a sensualidade está acima de tudo. Um bom dançarino de tango, como percebi no filme, tem um olhar encantador e tragante e durante a dança olha sempre para o seu parceiro, desejando-o no calor ritmado da dança.
O gênero originário da Argentina é mais do que um compasso ritmado de movimentos, é um surpreendente lançar de pernas, molejo e sensualidade como requisito máximo, trasnfigurando a proximidade dos dançarinos que precisam de muitas habilidades para ser digno de dançar este ritmo.
Tango é o tragar do doce deleite da sedução espalhado pelo corpo nu da intensidade, transcendendo almasenvoltas em uma fusão de sentimentos, sentidos, expressões.
Valeu muito a pena ter assistido ontem, infelizmente, não até o fim por conta do horário, mas o melhor oi ter absorvido esta paixão absoluta do diretor pela dança latina-americana.
Fica a Dica: Toda terça, no SESC Bom Retiro passam um “cine ” gratuito e este mês a seleção é de vários clássicos.bomconferir